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Conhecendo Pauillac e o Château Mouton-Rothschild em Bordeaux

FRANÇA - POR GILVAN PASSOS - Pauillac, a segunda comuna do Médoc no sentido norte-sul, faz vinhos muito particulares e distintos de Saint-Estèphe, comuna abordada na matéria anterior. Os vinhos de Pauillac na sua plenitude são austeros, potentes, ricos em substâncias e requintados, com várias camadas de frutas negras (groselha, cassis, ameixa), um grande frescor de boca, fruta seca e carvalho bem dosado, combinando sutileza e substância. Na sua plenitude apresentam notas de cedro, tabaco, mentol, e uma leve sugestão de doçura com muito vigor. São vinhos criados para longas maratonas, mas que já se apresentam grandiosos a partir do 6º ano de vida, quando carecem de uma longa decantação para uma apreciação aprazível. Essa é a appellation (denominação) de maior destaque no tocante à grandeza dos vinhos segundo a classificação de 1855. Afinal, saem deste pedaço de terra abençoado três dos cinco Premiers Grand Cru Classé: Château Latour, Lafite-Rothschild e Mouton-Rothschild. Os preços destes vinhos são naturalmente estratosféricos, podendo terem seus valores duplicados ou até triplicados em safras especiais, como a de 2010, uma das mais cotadas deste século. Obviamente que, apesar da variação climática da região, a qualidade de algumas colheitas não justifica tamanho acréscimo no preço. O que ocorre é que a crítica favorável ao ano gera um incremento na demanda, desencadeando o ágio de praxe quando a oferta está muito aquém da procura. Aprenda-se com isso que qualidade não é um valor mensurável, tampouco determinante do valor de mercado do vinho. Pauillac é uma pequeníssima vila, que vive em torno do vinho, e onde não há o que fazer a não ser visitar os Châteaux e apreciar seus caldos maravilhosos, ou um Bordeaux honesto num dos restaurantes à beira do cais que se projeta no Gironde.




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